Três professoras foram encaminhadas para o município de Serra (ES), a cerca de 40 quilômetros do local dos ataques. Os estado de saúde de todas elas é considerado grave. Com perfurações no corpo, as vítimas com idades de 38, 45 e 52 anos estão sendo submetidas a cirurgias no Hospital Estadual Doutor Jayme dos Santos Neves.
Também na capital capixaba, o Hospital Estadual Infantil Nossa Senhora da Glória atende dois alunos em estado gravíssimo: um menino de 11 anos atingido no abdome e uma menina de 14 anos ferida no crânio e que está atualmente entubada. Segundo a Sesa, ao todo foram atendidas 16 vítimas, com três mortes nos locais do ataque.
A ação do adolescente teve início por volta das 9h30 e começou pela Escola Estadual Primo Bitti, onde ele arrombou o cadeado de um dos acessos e fez disparos na sala dos professores, causando duas mortes e deixando vários feridos. Em seguida, o atirador entrou em um carro e se dirigiu ao Centro Educacional Praia de Coqueiral, uma instituição privada. No local, efetuou novos disparos, tirando a vida de uma aluna e ferindo outras vítimas.
A Polícia Civil iniciou de imediato a investigação que possibilitou a apreensão do adolescente, filho de um policial militar, que confessou o crime. Já se sabe que ele usou duas armas de responsabilidade do pai: um revólver de calibre .38, de propriedade privada, e uma pistola calibre .40, pertencente à Polícia Militar. Ele também levava três carregadores. O governador Renato Casagrande confirmou que, no momento do crime, o adolescente usava uma braçadeira com um símbolo nazista.
Imagens das câmeras de segurança registraram a ação. O atirador vestia roupa camuflada e uma máscara de esqueleto, similar à usada em fotos nas redes sociais por um dos autores do massacre ocorrido em 2019 na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano (SP).
Durante a apreensão, o adolescente não explicou à Polícia Civil por que fez os ataques. O delegado João Francisco Filho disse que ele estava tranquilo e não manifestou arrependimento. A apuração preliminar apontou que ele fazia tratamento psiquiátrico. A Polícia Civil trabalha com a hipótese de que o adolescente não tinha um alvo definido e que ele pode ter agido sob estímulo de grupos extremistas, que se organizam de forma virtual dentro e fora do Brasil.