Sete profissionais da saúde morreram em todo o Espírito Santo por conta do coronavírus. De acordo com os dados divulgados pelo Painel Covid-19, 3.663 trabalhadores testaram positivo para a doença.
O médico ginecologista Rafael Musiello, de 76 anos, foi uma das vítimas fatais. Pelas redes sociais, os familiares prestaram homenagens ao profissional que dedicou mais de 40 anos à medicina. Mesmo com a idade avançada, ele continuou trabalhando durante a pandemia. Mas por ser do grupo de risco, acabou tendo o quadro de saúde agravado.
"Ele era obeso e por causa da obesidade tinha outros problemas de saúde. Foi muito triste, a gente ficou numa expectativa, a família inteira orando... mas essa doença é muito cruel", lamentou Rômulo Musiello, sobrinho do ginecologista.
Dos sete mortos, cinco eram moradores do Estado. Outros dois eram de fora, mas morreram em terras capixabas. Segundo a Secretaria de Saúde do Estado (Sesa), apenas um foi infectado durante o trabalho.
"Nós temos a evidência que um desses profissionais de fato estava em atendimento e poderia ter se contaminado a partir da sua atividade. Os outros casos se contaminaram a partir das suas atividades do dia a dia ou então internados por outra razão", disse o subsecretário de vigilância em saúde, Luiz Carlos Reblin.
O número total de profissionais, que já passa de 3 mil, preocupa os representantes da área da saúde. Em nota, o Conselho Regional de Medicina lamentou a morte dos trabalhadores e reforçou que a entidade está pedindo para os médicos e enfermeiros redobrarem a atenção com os cuidados, inclusive que se afastem dos familiares.
O Conselho Regional de Enfermagem (Coren) também disse, por nota, que conseguiu uma decisão judicial para que a Sesa divulgue a quantidade exata de enfermeiros que foram afastados do trabalho e os que morreram por suspeita ou por contaminação confirmada por coronavírus. Segundo o Coren, a Sesa tem dez dias para enviar os dados.
A Sesa informou que recebeu a notificação e vai responder ao órgão dentro do prazo determinado.