A Polícia Civil concluiu a investigação sobre a morte da professora Mirian Oliveira, de 38 anos, que morreu depois de ser arremessada de um brinquedo em um parque de diversões em Itapemirim, no início de fevereiro. A filha dela de 8 anos também ficou ferida no acidente.
Após a conclusão, o resultado da perícia foi enviada para o delegado do caso que decidiu indiciar o dono do parque por homicídio culposo qualificado, lesão corporal culposa e exercício ilegal da profissão. Já o funcionário que operava o brinquedo foi indiciado por homicídio culposo qualificado e lesão corporal culposa. Eles vão responder pelos crimes em liberdade.
O perito Vinícius Temístocles afirmou que o brinquedo que causou o acidente tinha diversas irregularidades e não atendia normas técnicas de segurança. De acordo com o perito, se as regras tivessem sido seguidas, a tragédia teria sido evitada.
“Não há uma causa específica. São várias causas, como falta de planejamento operacional, falta de histórico de treinamento para a gente conseguir verificar se as pessoas que estavam trabalhando tinham competência mínima necessária, falta de demarcação no piso para que as pessoas que trabalham na nave do equipamento pudessem ver alguma situação de risco, falta de efetividade na capacidade de frenagem e falta de adequação a normas de segurança”, enumerou o perito.
De acordo com o perito, os equipamentos devem ser preparados para falhas humanas. “Se existisse um planejamento de equipamento de segurança, como um cinto de segurança ninguém teria caído. Se tivesse um sistema de parada de emergência, talvez o brinquedo tivesse parado a tempo e tudo poderia ter ocorrido de forma diferente”, concluiu o perito.
Caso
A família é do município de Viana, na Grande Vitória, e estava passando férias em Itapemirim. No momento do acidente, a mãe e a filha estavam no brinquedo "Surf". O aparelho, que funcionava girando, começou a ir mais rápido e chacoalhar na descida. A mulher e a criança foram arremessadas.
A criança, Maria Alice, foi arremessada cerca de 10 metros a frente do brinquedo e ficou internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital de Cachoeiro de Itapemirim. Já a mãe, caiu debaixo da estrutura, que a acertou várias vezes, o que causou fraturas na cabeça e arrancou a perna dela. A mulher morreu no local.
Logo após o acidente, a Polícia Militar e a Guarda Municipal de Itapemirim fizeram diligências para prender o proprietário e o operador do brinquedo, que foram autuados em flagrante por homicídio culposo e lesão corporal culposa. O operador estava com sinais de embriaguez.
O Corpo de Bombeiros disse que fez uma vistoria no parque e que havia um engenheiro responsável. O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA) disse que a estrutura foi montada conforme a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART). O parque ainda possuía laudo de vistoria referente a instalação elétrica e aterramento dos brinquedos.