31/12/2022 às 11h39min - Atualizada em 01/01/2023 às 00h00min

Corredores amadores se emocionam na São Silvestre, em São Paulo

Casal corredor leva a filha cadeirante de 23 anos para disputar a prova nas ruas de São Paulo. Nutricionista sai fantasiada de Chiquinha e diz que correr é sensacional.

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Para milhares de pessoas, o ano só termina quando é disputada a prova de São Silvestre, a mais tradicional corrida de rua do Brasil, no último dia do ano. Há 97 edições, ela é realizada em São Paulo atraindo atletas de todo o mundo, de todas as cores e idades.



“A São Silvestre é uma realização”, disse hoje (31) Josi dos Santos, uma corredora amadora da cidade de Campo Alegre, em Santa Catarina. “No fim do ano tem que ser a São Silvestre”, disse ela, em entrevista à Agência Brasil.



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Josi disputa a prova há dez anos. Mas há três ela tomou a decisão de correr acompanhada do marido Edernir, 48 anos, e da filha Camila, uma mulher especial e cadeirante, de 23 anos.



“Sempre corríamos sozinhos. Só nós dois [ela e o marido]. Mas agora colocamos nossa filha para correr junto”, contou a atleta.



“A gente pensa que é uma corrida difícil. Mas, para ela [a filha] é uma corrida muito acolhedora. Todo mundo a inclui. Não somos invisíveis. Antes, a gente era invisível. Agora, com ela, a gente não é mais”, afirmou Josi.



O marido participa da prova desde 1994. “É muita emoção. Não tenho palavras para descrever [como é correr a São Silvestre]. É muito bacana. São mais de 30 mil atletas participando e eu estou aqui junto [deles]”, disse.



Acrescentou que a meta de correr a prova todos os anos não é vencer nenhum atleta africano. Os corredores da África são sempre favoritos. “O objetivo é terminar a prova e estar aqui”, disse Edernir.



Fantasia




Angela Timóteo e o marido Valter Barbosa fantasiados de Chiquinha e Chaves na 97ª Corrida Internacional de São Silvestre, na Avenida Paulista.

Angela Timóteo e o marido Valter Barbosa fantasiados de Chiquinha e Chaves na 97ª Corrida Internacional de São Silvestre, na Avenida Paulista.






Angela Timóteo e o marido Valter Barbosa fantasiados de Chiquinha e Chaves na 97ª Corrida Internacional de São Silvestre, na Avenida Paulista. - Rovena Rosa/Agência Brasil



A nutricionista Angela Timóteo, 46 anos, participa da São Silvestre há mais de cinco anos. E para marcar o momento, ela sempre decide correr fantasiada, com o marido Valter Barbosa, de 57 anos. Ele, de Chaves. Ela, de Chiquinha.



“No primeiro ano, eu não estava fantasiada. Mas daí decidimos vir de Chaves e de Chiquinha e vimos que o pessoal gostou. Todos ficaram felizes de ver a gente”, detalhou.



A emoção de completar uma prova como essa, disse Angela, só é possível de se sentir correndo. “É só correndo mesmo para você saber. É sensacional”, salientou. Para Angela, o ano só termina após participar da São Silvestre. “[Nosso objetivo em 2023] é correr novamente. A gente vira o ano já pensando na São Silvestre do próximo ano”, brincou ela.



Energia positiva



Os pelegrinos do Caminho de Santiago, Assenção de Fátima Serrano Dias Santos, 59 anos, e Angelo Mansur Mendes, 60 anos, comprovam que correr a São Silvestre não tem idade.



Assenção participa da prova pela primeira vez. “Estou ansiosa. Faço caminhadas de longa distância. Mas um evento como esse é um tanto diferente. E a energia está sendo muito boa. Já encontrei amigos e estou feliz. Vou fazer 60 anos no ano que vem. E antes dos 60 eu queria uma [disputar uma] São Silvestre. Agora, quero a medalha para dividir com a família”, disse ela, que brinca afirmando que a prova é uma “corriminhada [mistura de corrida  com caminhada] porque há vários percursos mais pesados, várias subidas” e parte do percurso é preciso fazer caminhando, e não correndo.



Angelo Mansur Mendes já correu uma São Silvestre antes. “Foi uma diversão. Não dá nem para correr direito porque é muita gente. Mas o povo é muito animado. A recepção do povo de São Paulo é fantástica, o pessoal que vem de fora também, a energia é muito gostosa. É muito bom estar aqui”, confessou.



Para ele, que já participa pela segunda vez, o trecho mais difícil da prova não é o final, a temida subida da Avenida Brigadeiro Luiz Antônio, mas o início.



“Para mim, o trecho mais difícil é o início. Você acha que não vai conseguir. Depois, você começa a perceber que relaxa. Na Brigadeiro, no ano passado, até me ofereceram um chopp na subida. Foi muito legal. A gente agora fecha o ano e acredito que o ano que vem será muito melhor”, afirmou Angelo.




Fonte: https://agenciabrasil.ebc.com.br/esportes/noticia/2022-12/corredores-amadores-se-emocionam-na-sao-silvestre-em-sao-paulo
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