Steam é uma abordagem educacional que integra as áreas de ciência, tecnologia, engenharia, artes e matemática e é muito difundida nos Estados Unidos, na China, na Austrália e no Reino Unido, mas ainda é recente no Brasil. A abordagem Steam desenvolve conhecimento por meio de metodologias ativas, como aprendizagem baseada em projetos, a partir da resolução de problemas reais do dia a dia. Os projetos valorizam a contribuição coletiva dos alunos e a aplicação de conhecimentos e habilidades de diferentes áreas.
“Quem vai fazer essa implementação não precisa ser necessariamente formado nessas áreas”, disse nesta segunda-feira (24) à Agência Brasil Lilian Bacich, diretora da Tríade Educacional. Tanto professores da rede privada de ensino quanto da rede pública são convidados a participar desse processo seletivo, englobando desde a educação básica até o ensino superior. Além de preencher um formulário com questões básicas relacionadas ao trabalho em educação e no interesse em impactar as redes públicas, os educadores deverão responder questões vinculadas ao conhecimento Steam.
Pelos critérios de seleção, o candidato precisa ter algum conhecimento sobre metodologias ativas, “porque a abordagem Steam requer o educador desenvolver um aluno protagonista, que seja autônomo. Essa pessoa precisa ter conhecimento sobre metodologias ativas. Além disso, ele deve ter interesse em impactar as redes públicas. Há perguntas para entender qual é a motivação dele. Isso também conta para a gente”, disse Lilian.
Este é o segundo ano do edital. O primeiro contou também com 50 educadores que, ao final da formação, publicaram um e-book (livro digital), onde expõem suas ideias. A intenção é realizar um novo edital em 2024, para disseminar o Steam.
A relação dos selecionados será divulgada no dia 1º de setembro. Até dezembro, eles receberão treinamento específico para se tornarem referência em Steam, de modo a disseminar essa abordagem educacional. No fim do ano, eles desenharão um projeto de implementação e, no ano seguinte, receberão mentoria para apoiá-los nessa implementação. Como haverá pessoas de todas as regiões do Brasil, a primeira parte de formação será online e a segunda envolverá a implementação do projeto nas redes.
Pesquisa feita no ano passado mostra que os educadores do país percebem a importância de trazer os projetos Steam para a sala de aula, envolvendo criatividade, comunicação, pensamento crítico dos alunos, mas não sabem como fazer isso.
“Identificam todas as vantagens, mas não tiveram isso em sua formação. No Brasil, isso é muito recente. Como temos a identificação do potencial de desenvolver o estudante de forma integral dentro da escola, essa formação faz falta. Então, o impacto é extremamente positivo, porque percebemos que os professores que aprendem e levam para sua sala de aula, ou disseminam em uma rede, colhem os frutos de um aluno mais interessado, que olha para o seu entorno e procura resolver problemas. É o que precisamos: um cidadão que tenha um olhar mais amplo para a sua realidade”, afirmou Lilian.