31/08/2020 às 09h25min - Atualizada em 31/08/2020 às 09h25min

Empresário envolvido em esquema de corrupção em Marataízes, Piúma e Kennedy é preso em Linhares

José Carlos Marcondes Soares é sócio da empresa apontada como beneficiada em esquema que rendia propinas a agentes públicos municípios do litoral sul, segundo denúncia do MPES

Da Redação


O empresário José Carlos Marcondes Soares, alvo da primeira fase da Operação Rubi e um dos sete denunciados por participação em esquema de superfaturamento de contratos e pagamento de propinas e vantagens indevidas em Piúma, Marataízes e Presidente Kennedy, foi preso na tarde desta sexta-feira (28) em Linhares, Norte do Estado.


A prisão preventiva de Soares foi realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), com apoio da assessoria militar do Ministério Público Estadual (MPES), e o empresário foi para o Presídio Regional de Linhares. A Secretaria de Estado da Justiça (Sejus), responsável pela administração dos presídios estaduais, confirmou que o empresário foi levado para a unidade às 18 horas desta sexta-feira (28).

Soares teve a prisão decretada pelo Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES), a pedido da Subprocuradoria Geral de Justiça do MPES. O empresário descumpriu as medidas estabelecidas pela Justiça para que não fosse preso e supostamente teria praticado os seguintes crimes: violação de domicílio, constrangimento, coação e desobediência.

Denúncia do MPES
O empresário José Carlos Marcondes Soares — natural de São Gonçalo, no Rio de Janeiro, mas residente no Espírito Santo — é irmão de Marcelo Marcondes Soares. Ambos são sócios da empresa Limpeza Urbana Serviços LTDA, que prestava serviço de limpeza ao município de Marataízes, Piúma e Presidente Kennedy.

Marcelo foi preso no dia em que a operação foi deflagrada, em 8 de maio. Firmou acordo de colaboração premiada e deixou a prisão após cerca de 30 dias, segundo informações do MPES.

De acordo com a denúncia criminal oferecida pelo MPES à Justiça, tanto Marcelo quanto José Carlos pagavam propina  ou distribuíam algum tipo de vantagem indevida a agentes públicos nessas prefeituras. O órgão atribui ao empresário crimes como associação criminosa, corrupção ativa e falsidade ideológica.

A peça inclui diálogos dele com pessoas da empresa, interceptados pela Justiça, nos quais tratam de pagamentos. De acordo com as investigações, tratavam-se de repasses ilegais em troca de pagamentos de contratos superfaturados e direcionados.

O que é a Operação Rubi
A Operação Rubi apura direcionamento de contratos e pagamento de propinas em prefeituras do Sul do Estado. A primeira fase, deflagrada em maio de 2019, focou em despesas da Prefeitura de Presidente Kennedy, apesar de cumprimentos de mandados também em Piúma, Marataízes e Jaguaré. A segunda fase da investigação, em outubro de 2019, teve Piúma como foco.

A reportagem ainda tenta contato com o advogado que faz a defesa de Soares e assim que obtiver as informações elas serão acrescentadas a esta reportagem.
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