O fim do contrato entre Neymar Jr. e a Nike envolveu uma denúncia de assédio sexual contra o jogador de futebol brasileiro, é o que revelou uma reportagem da última quinta-feira, dia 27, do Wall Street Journal.
A conselheira geral da empresa, Hilary Krane, confirmou para a publicação que o rompimento, em setembro 2020, aconteceu após o jogador não colaborar com investigações do caso, que teria acontecido em 2016.
- A Nike encerrou seu relacionamento com o atleta porque ele se recusou a cooperar em uma investigação de boa-fé de alegações confiáveis feitas por uma funcionária de irregularidades cometidas, declarou.
Após o fim do contrato, que já durava oito anos, o atacante do Paris Saint Germain firmou parceria com a Puma e não comentou sobre a troca de patrocínio.
- A investigação foi inconclusiva. Não emergiram fatos suficientes que nos permitam falar substancialmente sobre o assunto. Seria inapropriado para a Nike fazer uma declaração acusatória sem poder oferecer fatos que a suportem. A Nike encerrou sua relação com o atleta porque ele se recusou a cooperar em uma investigação de boa-fé de alegações críveis de uma funcionária. Continuamos respeitando a confidencialidade da funcionária e reconhecemos que essa tem sido uma longa e difícil experiência para ela , afirmou a empresa em nota.
Segundo o jornal, a autora da denúncia afirma que Neymar tentou forçá-la a fazer sexo oral em seu quarto de hotel durante uma viagem do jogador a Nova York. Ela era responsável por coordenar a logística dos eventos nas quais ele participaria.
Na ocasião, Neymar estaria realizando uma campanha publicitária no Citi Field, estádio de beisebol de Nova York. Ele encontrou com o ídolo, Michael Jordan. Naquela noite, o grupo teria ido a uma boate para comemorar e, segundo o jornal, funcionários do hotel onde Neymar estava hospedados pediram ajuda à mulher e a outro representante da Nike para que levassem ele para o quarto, já que estaria muito embriagado.
O jornal revelou que a mulher relatou ter tido um breve momento sozinho com Neymar, que teria a impedido de sair do quarto. Ele teria tirado a cueca e tentado forçá-la a fazer sexo oral. O incidente teria sido relatado para amigos e colegas da empresa.
A denúncia teria sido feita em 2018 ao chefe de recursos humanos da empresa, depois de uma pesquisa internada da Nike sobre o tratamento às mulheres. A investigação, então, começou em 2019, após a contratação de um dos advogados mais prestigiados dos Estados Unidos para cuidar do caso.
Na ocasião, Neymar foi retirado das ações de marketing da empresa, segundo o jornal. A reportagem ainda afirma que representantes do atleta foram ouvidos, mas Neymar não quis se pronunciar.
Para a publicação, um porta-voz do jogador negou:
- Neymar Jr. se defenderá vigorosamente contra esses ataques infundados caso alguma reclamação seja apresentada, o que não aconteceu até agora, disse.
E ainda completou:
Semelhante às alegações de agressão sexual feitas contra ele em 2019 alegações de que as autoridades brasileiras consideraram Neymar Jr. inocente essas alegações são falsas.
Em 2019, Neymar foi acusado de estupro por Najila Trindade. Ele negou as acusações e o caso foi arquivado após uma série de polêmicas.
Logo após o assunto vir à tona na imprensa brasileira, o pai de Neymar negou que o filho tivesse cometido o assédio e questionou a Nike comentar sobre o imbróglio apenas agora:
- Como pode sair uma notícia dessa? Concorda comigo? Fomos surpreendidos por algo que aconteceu em 2016, que ninguém lembrava mais desse fato. É muito estranho tudo isso agora. O Neymar nem conhece essa moça, claro que isso partiu da Nike depois da nossa saída. Muito estranho, todos saem da Nike e são acusados assim. Muito estranho, isso aconteceu com o Cristiano Ronaldo, com o cara lá do basquete que morreu, o Kobe (Bryant), eles passam a ser denegridos, como o Neymar está sendo acusado falsamente agora. Se a Nike quer chantagem, armação, vamos para cima da Nike então, disse para a Folha de S. Paulo.
Para a GloboNews, o pai do craque afirmou que o contrato foi rompido de forma unilateral, por falta de pagamento:
- Nós estamos surpresos, a gente não sabe o que está acontecendo, só soa estanho para a gente. Por que a Nike solta essas coisas agora? Claro que não, claro que não, ela queria fazer uma investigação que a gente não sabia (da alegação de assédio sexual)... O contrato da Nike foi rompido unilateralmente por falta de pagamento. Não tem nada a ver com isso (assédio).