O secretário municipal de Segurança de Ponta Porã (MS), Marcelino Nunes, emitiu ontem (13) um alerta aos moradores da cidade, que fica na fronteira com o Paraguai, em que orienta as pessoas a andarem com documentos pessoais, como RG e CNH, por causa da presença de equipes da Polícia Especializada no município, que vive um momento de tensão após uma série de assassinatos nos últimos dias. Os crimes estão relacionados com a disputa pelo controle do tráfico de drogas na região.
"Vamos andar com os documentos, teremos muitos policiais de fora na cidade trabalhando, vamos colaborar! Qualquer informação ligue PM 190 ou GCMFRON [Guarda Municipal de Fronteira] 153", escreveu o secretário em suas redes sociais.
No último fim de semana, quatro pessoas foram assassinadas a tiros quando saíam de uma casa noturna em Pedro Juán Caballero, cidade paraguaia vizinha a Ponta Porã. Na ocasião, duas brasileiras [https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2021-10/duas-brasileiras-sao-mortas-tiros-no-paraguai], que cursavam medicina na cidade, foram baleadas e mortas. Outra vítima foi Hailé Acevedo, filha de Ronald Acevedo, governador do estado paraguaio de Amambay.
Dois dias depois do crime, a polícia do Paraguai prendeu seis brasileiros suspeitos de participação no crime. As prisões ocorreram em uma casa na mesma cidade onde ocorreu a chacina. Segundo as autoridades, foi daquela casa que o saiu veículo usado no crime.
Na sexta-feira (8), o vereador Farid Afif (DEM) foi executado a tiros, enquanto fazia um passeio de bicicleta por Ponta Porã.
O governo do país vizinho assinou com a Polícia Federal (PF) brasileira um acordo de instalação de um Comando Bipartite nas cidades de Pedro Juan Caballero (lado paraguaio) e Ponta Porã (lado brasileiro). Esse comando vai permitir, segundo as autoridades paraguaias, o intercâmbio de informações entre as autoridades policiais, militares e de inteligência, para poder enfrentar a criminalidade transnacional.