O endurecimento do Banco Central norte-americano em relação ao aumento de juros nos Estados Unidos provocou uma turbulência no mercado financeiro global. O dólar ultrapassou a barreira de R$ 5,70, no terceiro dia seguido de alta. A bolsa de valores teve a maior queda diária desde novembro.
O dólar comercial encerrou esta quarta-feira (5) vendido a R$ 5,712, com alta de R$ 0,022 (+0,39%). A cotação seguiu o padrão dos últimos dias, caindo no começo da tarde, mas ganhando força perto do fim das negociações.
Na mínima do dia, a moeda norte-americana chegou a R$ 5,64. O Banco Central, mais uma vez, não interveio no mercado. Apenas leiloou contratos de rolagem (renovação) de swaps cambiais, que funcionam como venda de dólares no mercado futuro, sem colocar contratos novos.
No mercado de ações, o dia também foi marcado pela instabilidade. O índice Ibovespa, da B3, fechou o dia aos 101.006 pontos, com queda de 2,42%. Esse foi o maior recuo diário desde 26 de novembro. O indicador está no menor nível desde 1º de dezembro, quando estava na faixa dos 100,9 mil pontos.
Os investidores reagiram à divulgação da ata da reunião mais recente do Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano). No encontro, que ocorreu em 14 e 15 de dezembro, os diretores disseram que o mercado de trabalho norte-americano está pressionado, o que indica que o órgão pode antecipar o aumento de juros, inicialmente previsto para março.
Taxas mais altas em economias avançadas estimulam a fuga de recursos de países emergentes, como o Brasil, com os investidores comprando títulos do Tesouro norte-americano, considerados a aplicação mais segura do planeta.
O tom da ata do Fed também influenciou as bolsas norte-americanas. O índice Dow Jones (das empresas industriais) caiu 1,07%. O S&P 500 (das 500 maiores empresas) recuou 1,94%, mas o maior abalo ocorreu no Nasdaq (das empresas de tecnologia), que fechou em queda de 3,34%.
*Com informações da Reuters