Em um dia de melhoria no cenário externo, o dólar caiu para perto de R$ 5, e a bolsa interrompeu uma sequência de oito quedas. A decisão do Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano) de aumentar os juros básicos nos Estados Unidos em ritmo maior que o esperado foi bem recebida pelos investidores internacionais, provocando alívio em todo o planeta.
O dólar comercial encerrou esta quarta-feira (15) vendido a R$ 5,026, com recuo de R$ 0,108 (-2,11%). A divisa operou próxima de R$ 5,10 durante quase todo o dia, mas desabou após o anúncio da decisão do Fed de elevar os juros básicos nos Estados Unidos em 0,75 ponto percentual, para uma banda entre 1,5% e 1,75% ao ano.
Com o desempenho de hoje, a moeda norte-americana acumula alta de 5,74% em junho. Em 2022, a divisa cai 9,86%. Este foi o primeiro recuo do dólar após sete altas seguidas.
O dia também foi positivo no mercado de ações. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 102.807 pontos, com alta de 0,73%. O indicador operou com ganhos durante todo o dia, mas consolidou a tendência de alta após o anúncio dos juros básicos norte-americanos. Apesar da alta de hoje, a bolsa brasileira acumula queda de 7,67% no mês, após dias de tensão em torno dos juros norte-americanos.
A alta de 0,75 ponto nos juros norte-americanos representou o maior aumento em uma única vez desde 1994. Segundo o presidente do Fed, Jerome Powell, a inflação nos Estados Unidos, que está no maior nível em 41 anos, surpreendeu e justificou a elevação da taxa.
Normalmente, juros mais altos em economias avançadas estimulam a fuga de recursos de países emergentes, como o Brasil. No entanto, o mercado entendeu que o aumento de hoje estava “precificado” (incorporado nos preços dos ativos financeiros), o que levou a um movimento de alta nas bolsas e uma queda do dólar em todo o planeta.
No Brasil, também foi dia de reunião do Banco Central. O Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa Selic – juros básicos da economia – em 0,5 ponto, para 13,25% ao ano, conforme projetado pelas instituições financeiras. A alta nos juros brasileiros ajuda a conter a fuga de capitais e a segurar o valor do dólar perante o real.
*Com informações da Reuters