De todas as pessoas que iniciaram o uso de Prep, a profilaxia pré-exposição, 39% descontinuaram esse tipo de prevenção contra o vírus HIV. Os números do Painel Prep, vinculado ao Ministério da Saúde, abrangem o período compreendido entre 2018 e 2022.
A Prep consiste em tomar, todos os dias, uma combinação de dois anti-retrovirais — o tenofovir e a entricitabina —, que são eficazes contra o vírus da Aids. Assim, é possível evitar a infecção por HIV em até 95%.
Os números do Ministério da Saúde mostram que desde 2018, 64 mil pessoas iniciaram o uso da profilaxia pré-exposição. Desse total, cerca de 24,8 mil pessoas abandonaram esse método de prevenção contra o HIV. Para o infectologista José Valdez Ramalho Madruga, que é coordenador do Comitê de Aids da Sociedade Brasileira de Infectologia, a descontinuação do uso pode ser explicado por fatores sociais e comportamentais como o início de um relacionamento estável.
O médico da Sociedade Brasileira de Infectologia também acredita que as pessoas estão perdendo o medo do HIV graças à eficácia dos tratamentos que estão disponíveis atualmente.
Apesar da eficácia dos tratamentos atuais, o infectologista ressalta que ainda não existe uma cura definitiva para o vírus da Aids. Por isso, a profilaxia pré-exposição ainda é uma opção eficaz para quem pretende não se infectar com o HIV.
A prevenção por meio da profilaxia pré-exposição está disponível gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde e é recomendado para qualquer adulto com vida sexual ativa. O uso é prioritário para profissionais do sexo, mulheres trans e homens homossexuais.
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