Foi lançada hoje (26), no Museu do Futebol, em São Paulo, mais uma edição da Copa dos Refugiados e Imigrantes. A iniciativa é um projeto social e esportivo da organização Pelo Direito de Migrar, que tem como objetivo “quebrar preconceitos, promover os direitos humanos e quebrar barreiras culturais por meio do incentivo à inclusão social destes novos cidadãos no Brasil”. “Não é só um campeonato”, disse Simon Oxy, imigrante camaronês e integrante da coordenação do evento.
Ao todo, 58 seleções farão parte da copa, reunindo 1.160 atletas de 48 nacionalidades. A competição terá sete fases, que ocorrerão simultaneamente, a partir de setembro, em sete capitais: Porto Alegre, Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife e Brasília. Os vencedores da fase regional participam da etapa nacional que será realizada em São Paulo em novembro. O tema desta edição é “Acolha a imigração, Refúgio e migração são direitos humanos”.
Oxy explica porque o futebol foi a modalidade escolhida para promover essa integração. “É um canal, uma ferramenta, para poder se conectar, uma ferramenta de educação, de sensibilização. A Copa dos Refugiados e dos Imigrantes é um evento, não um campeonato, e o objetivo mesmo é o protagonismo dos imigrantes, é mostrar que os imigrantes estão aqui, somos trabalhadores, gostamos do Brasil”, disse em entrevista à Rádio Nacional.
A primeira edição da copa foi em 2014, ano em que o Brasil sediou a competição mundial.
A maioria das etapas regionais ocorre em setembro. No Rio de Janeiro, 12 times participam dos jogos nos dias 3, 4, 10 e 11. Em Belo Horizonte, serão quatro times, com disputas nos dias 9, 10 e 11. Os oito times em Curitiba vão jogar nos dias 6, 10 e 11. Para os oito times que se encontram em Porto Alegre, as datas são 24 e 25. Em Brasília, são seis times que jogam nos dias 23, 24 e 25.
Apenas São Paulo e Recife têm jogos em outubro. Na capital paulista, são 16 times e as partidas começam no dia 3 de setembro. Os quatro times de Recife jogam nos dias 22 e 23 de outubro.
“Todos os brasileiros são esperados para mostrar esse acolhimento que o Brasil dá, de forma institucional, mas a gente gostaria de forma presencial também. Se abraçar para quebrar esse preconceito. Quando se fala outro idioma, o brasileiro se assusta. Somos seres humanos iguais aos outros”, disse Oxy.
A copa tem apoio institucional das agências das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) e para Migração (OIM). Também recebem apoio do Ministério da Justiça e Segurança Pública, por meio do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare) e do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos. Governos estaduais, municipais e empresas privadas também apoiam a iniciativa, que pretende ser um espaço de confraternização para comunidades migrantes.
Dados do Ministério da Justiça e Segurança Pública, divulgados no fim de 2021, mostram que, em 10 anos, ocorreu um aumento de 24,4% no número anual de novos imigrantes registrados no Brasil, sendo as imigrações venezuelanas, haitianas e colombianas as principais responsáveis pelo aumento.
Segundo o órgão, 1,3 milhão de imigrantes residem no Brasil. Em 10 anos, de 2011 a 2020, os maiores fluxos foram da Venezuela, Haiti, Bolívia, Colômbia e Estados Unidos.
O número de novos refugiados reconhecidos anualmente no país saiu de 86, em 2011, para 26,5 mil em 2020. As solicitações de reconhecimento da condição de refugiado também aumentaram, passando de cerca de 1,4 mil, em 2011, para 28,8 mil, em 2020.
* Com informações de Eliane Gonçalves, da Rádio Nacional
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