Segundo a denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), na tarde de 20 de fevereiro, Possobom submeteu o enteado “a intenso e desnecessário sofrimento físico e mental, como forma de aplicar-lhe castigo pessoal ou medida de caráter preventivo”. Diz ainda o MPRJ que “houve emprego de violência, consistente em agressões mediante socos e sessões de sufocamento, inclusive prensando a cabeça do menor contra a parede do elevador”.
A juíza Juliana Bessa Ferraz Krykhtine, em exercício na 1ª Vara Criminal de Niterói, decretou a prisão do acusado. A magistrada também aceitou a denúncia de tortura oferecida pelo Ministério Público estadual, destacando de que há indícios suficientes de autoria e materialidade para a deflagração da ação penal e que se trata de delito grave.
O MPRJ cita relato do síndico do prédio, segundo o qual, moradores e vizinhos já tinham reclamado que o boxeador gritava com a criança e que esta chorava pelas violências sofridas. Ouvida pela polícia, a mãe do menino, que não mais se relaciona com Possobom, descreveu com detalhes a vida de agressões que teve, ao longo da relação conjugal, fato que será objeto de procedimento investigatório próprio.
A ex-namorada do lutador contou que sofreu um aborto por causa das agressões e que havia engravidado em decorrência de abuso sexual. Segundo a mulher, Possobom usava luvas de boxe para agredi-la com socos no rosto e na barriga. Ela afirmou que, na época, desconhecia as agressões do companheiro ao enteado.