Após 244 dias preso, a Justiça mandou soltar o ex-secretário de desenvolvimento econômico de Presidente Kennedy, José Augusto Rodrigues de Paiva, marido da prefeita afastada do município, Amanda Quinta Rangel(sem partido). Ele foi liberado na noite desta terça-feira (7) do presídio de Viana, onde cumpria prisão preventiva desde 8 de maio do ano passado, quando foi preso na operação Rubi, deflagrada pelo Ministério Público Estadual (MPES).
De acordo com o advogado Altamiro Thadeu, que o representa, José Augusto teria deixado o Centro de Detenção Provisória de Viana II entre as 20h30 e as 21 horas desta terça.
Ele é suspeito de integrar um esquema de fraude em licitações de limpeza e recebimento de propina no município, junto com a prefeita afastada e mais cinco pessoas, segundo o MPES
Durante o flagrante, em meio a uma reunião na casa de Amanda e José Augusto, uma mochila com R$ 33 mil foi apreendida pelos agentes que atuavam na operação Rubi.
O que é
Investiga fraudes em licitações para contratação de empresa de limpeza pública nos municípios de Presidente Kennedy, Marataízes, Piúma e Jaguaré. O caso tramita sob sigilo.
O esquema
Dois empresários, donos da empresa vencedora dos certames, pagavam propina a agentes públicos, em troca de contratos com as prefeituras investigadas. A ex-funcionários da empresa foram ouvidos pelo Ministério Público e explicaram para os investigadores como a quadrilha operava.
A denúncia
O MP-ES denunciou sete envolvidos na Operação Rubi – a prefeita de Presidente Kennedy, o marido dela, um secretário municipal, dois empresários e outras duas pessoas – pelos crimes de organização criminosa, crime de responsabilidade da prefeita, corrupção passiva e ativa e falsidade documental.
As apurações iniciais da Operação Rubi apontam que os contratos de limpeza urbana e de transporte público com evidências contundentes de superfaturamento somam mais de R$ 150 milhões, quando analisado o período de 2013 a 2018.
A maior parte desse montante, R$ 105,7 milhões, é referente a contratos firmados entre quatro empresas investigadas e a Prefeitura de Presidente Kennedy.
O trabalho do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) prossegue com as análises dos materiais apreendidos e interrogatório dos investigados. Todos os envolvidos que foram alvo de busca e apreensão, mas não tiveram pedido de prisão solicitado pelo MPES, também serão ouvidos pelos promotores de Justiça do Gaeco.