Alvaro, apesar de novo ainda, você já tem uma longa estrada na música, não é isso?
Sim, eu toco violão e guitarra desde que me entendo por gente. Eu sou autoditada e o único musico da minha família. Comecei muito cedo, sempre quis viver de música. Até tentei me enganar fazendo faculdade de veterinária, mas a música tocou mais alto e agora eu to 100 por cento focado na minha carreira e no lançamento deste primeiro trabalho.
E como é que foi esse início. Você tinha banda e tocava rock, é verdade?
Verdade. Já fiz de tudo nesse mundo da música. Tive várias bandas, toquei de tudo um pouco, o que na verdade foi uma grande escola. Aprendi na noite e tocando em bandas a colocar melhor minha voz, ganhei quilometragem e intimidade com o palco e o público.
Essa opção pelo sertanejo, se é que podemos dizer assim, quando se deu?
Desde sempre. Eu sou nascido e criado na roça, na fazenda. Lá em Mimoso, minha cidade natal, desde menino as minhas primeiras influências foram as duplas do que hoje se chama de sertanejo raiz. Pena Branca e Xavantinho, Milionário e José Rico, Tonico e Tinoco, Tião Carreiro e Pardinho, entre tantos outros. Eu aprendi a tocar e cantar ouvindo esses caras. Até porque não é só a música. No meu caso, é um modo de ver a vida e as coisas. É nisso que eu acredito.
Você está finalizando em EP com seis faixas gravado em Goiânia, confere?
Isso. Acontece que eu tenho amigos em Goiânia, e to sempre por lá. Eu ainda estava na fase de escolha do repertório quando eu conheci um produtor de lá, o Felipe Arná. E…sabe aquilo de que nada acontece por acaso? Pois é, aconteceu do Felipe me convidar pra gravar com ele, e eu quase não acreditei porque ele já trabalhou e produziu gente como: Fred e Gustavo, Pedro Paulo e Alex, entre outros e já gravou Luan Santana e Jorge, da dupla Jorge e Mateus. E você sabe, o mundo sertanejo começa em Goiânia. A sonoridade que você ouve no sertanejo de hoje, ela foi definida e formatada em Goiânia. É aquela coisa, se alguém hoje no Brasil quiser gravar um disco com a sonoridade e as influências do congo, ele tem que vir aqui ouvir Casca e Mahnimal. Pois é, no caso do sertanejo esse lugar é Goiânia, sem desmerecer, é claro, o trabalho de outros grandes artistas do segmento que não necessariamente passaram ou saíram de lá.
Então agora é reta final, já está tudo pronto para o lançamento do EP?
Quase. A ansiedade da grande, mas ainda faltam alguns detalhes de mixagem, arte final da capa e encarte, mídia kit e essas coisas. Eu to também esperando o melhor momento. Acho que o país vive um momento delicado com essa pandemia do carona vírus e talvez seja a hora da gente se unir pra tratar disso antes e a vida voltar ao logo normal. Vamos esperar o melhor momento. Até porque os eventos estão proibidos e a gente ta preparando uma festa de lançamento bem bonita e todo mundo tem que estar feliz e com saúde pra gente se divertir e cantar junto.
E por falar em cantar junto e ansiedade, parece que isso já te rendeu um hit, Conta essa história?
Então… Eu tinha preparado uma primeira versão de “Vida de Bêbo” que é a música que a gente vai trabalhar no lançamento do EP. Só que mudei de idéia com relação ao arranjo final e fiz uma outra versão. Acontece que, naquele de ansiedade de ver o trabalho fluindo, eu subi pro Spotify e pro Deezer. Coloquei também no You Tube. Aí os amigos e alguns fãs ouviram, gostaram e foram passando frente, um pro outro, no boca e boca e tal. Quando foi no ultimo show da gente, que foi em Presidente Kennedy, tomei um susto danado porque tava todo mundo cantando “Vida de Bêbo” sendo que a música, oficialmente, sequer foi lançada. Foi muito legal. Fiquei muito feliz.
Então pra quando a gente pode esperar o primeiro trabalho de Alvaro Nobre?
É aquela coisa, ta tudo sendo feito com muito carinho e muito profissionalismo. Eu não quero definir assim uma data específica, mas creio que, no máximo em dois meses a gente vai colocar o bloco na rua, como diria Sergio Sampaio.
Deixa eu só te agradecer por esse espaço e essa entrevista, agradecer aos fãs que me acompanham e acreditam no meu trabalho,e dizer que em breve a gente vai se ver nos bailes e nos palcos da vida. Valeu.
Ouça Vida de Bêbo