Mais apta do que nunca a lançar a sua pré-candidatura a vereadora de Piúma, a polêmica jornalista Luciana Máximo (PSB) – editora do Espírito Santo Notícias (parceiro do Portal do Notícias ES EM DIA), disse que vai se jogar na campanha e não será "só de sacanagem" como o jingle da campanha a deputada estadual dizia há dois anos atrás.
"Poeta marginal" Luciana Máximo foi caçada por diversas lideranças políticas da Cidade das Conchas para compor os 30% de cota de gênero que os partidos precisam para montar suas chapas. De cara ela logo mandou o recado.
"Nunca admitiria ser laranja. Ser usada. Sou mulher que sei onde quero chegar. Não tenho vaidade de salto e maquiagem, muito menos vendo a minha alma por nada. Minha causa é o coletivo. Sou pré-candidata e pode ter certeza, farei um projeto de campanha com olhar coletivo. E se for eleita farei um mandato coletivo. Estive participando das comemorações dos 20 anos da secretaria Estadual da Mulher Socialista em Vitória, onde participaram 26 secretárias de 26 estados. Nesta ocasião participei de uma palestra com a Secretária de Mulheres e Secretária de Finanças do Diretório Estadual da Bahia Luciana Cruz, que abriu o debate sobre o tema Compartilhando Experiências, Fórum Marielli Franco, Mandato Coletivo no Seminário Fala MulhER. Nesta correria doida para filiar até o dia 04, os articuladores estão a caça da mulher a qualquer custo. Logo cedo eu deixei um recado bem amplo da Vânia Venâncio, presidente do Grupo Bertha Lutz - Grupo este que ajudou na elaboração do Programa Agenda Mulher da Vice-governadoria. Proseamos pela manhã e falei da vergonha que é, os partidos insistirem em querer usar a mulher a qualquer custo para compor os 30% de cotas de gênero”, frisou.
As más línguas já começaram o jogo sujo há tempos e há quem jure que Luciana não conseguiu a certidão negativa para viabilizar a sua candidatura a uma vaga na Câmara de Piúma.
“Estão dizendo que não serei candidata porque estou com contas rejeitadas. Mentira, minhas contas foram aprovadas com ressalvas. Eu vou entrar na briga para defender uma vaga com cinco cadeiras, isto mesmo, pela primeira vez na história, UM MANDATO COLETIVO na Câmara, onde cidadãos que desejam o melhor para todos defendam iniciativas juntos, ainda que o salário seja de um, ou partilhado com todos”, alfinetou.
E desta vez não será só de sacanagem, “desta vez, a briga é por um lugar de direito. E se não for possível, eu continuo na defesa de todos a todo instante, como sempre fui, UM CALO NO PÉ. O que nós precisamos é de cidadãos conscientes e com vergonha na cara. Essa cambada que se vende por cargos e vantagens, estes traidores, essa gente egoísta e mesquinha que quer está à margem do poder para satisfazer os seus interesses deveria ser banida do mapa. Coisa feia. E para a mulher, acredite na sua voz, nós juntas podemos muito, mas muito mais, mais do que sermos 30% para eles usarem de quatro em quatro anos. Vamos que vamos que a guerra é para os soldados que têm disposição e coragem”.
Currículo
Luciana Maximo é jornalista há 20 anos, é autora do Livro Rabo de Olho, professora de Língua Portuguesa e Literatura. É natural de Presidente Kennedy e reside em Piúma há 10 anos.
Mandato Coletivo
O Mandato Coletivo está crescendo no Brasil e trata-se de um sistema de candidatura no qual um grupo de pessoas se responsabiliza por um mandato, mas que possui apenas um representante nas urnas e nas plenárias. Luciana Cruz - Secretária de Mulheres e Secretária de Finanças do Diretório Estadual da Bahia abriu o debate sobre o tema Compartilhando Experiências, Fórum Marielli Franco, Mandato Coletivo no Seminário Fala MulhER no evento de comemoração dos 20 anos da Secretaria das Mulheres do PSB em Vitória. Ela é de Salvador, filiada ao PSB há 22 anos e está estudando a possiblidade desse tipo de mandato na Bahia.
“No Brasil já existem mandatos coletivos em andamento de vereadores em Goiás, São Paulo e Pernambuco e outros estados estão estudando a possibilidade, inclusive a Bahia”, explica a militante.
Outras características do mandato compartilhado são: pelo menos o represente do grupo deve estar filiado a um partido político; esse grupo deve existir em número ímpar; o acordo entre essas pessoas deve ser registrado em cartório; o salário do deputado ou vereador deve ser dividido entre o grupo, assim como os cargos do gabinete, igualitariamente; todas as decisões do mandato são tomadas coletivamente; todas as questões são debatidas entre os membros e o que for decidido será levado à plenária. Porém, ainda de acordo com Luciana, o mandato coletivo não é legal, a justiça eleitoral não o reconhece como legítimo, somente o candidato que foi para as urnas. Portanto, a prestação de contas e todas as outras responsabilidades estão em nome desse candidato.