10/08/2020 às 10h34min - Atualizada em 10/08/2020 às 10h34min

Espírito Santo é o único estado que não sofre denúncia de corrupção com gastos na COVID-19

Da Redação

De acordo com um levantamento, governos estaduais e municipais de 26 das 27 unidades da federação provocaram investigações sérias por condutas questionáveis durante a pandemia. O único que fica fora da lista é o Espírito Santo, que teve mandados cumpridos pela polícia, mas, contra empresas e pessoas denunciadas por compra de testes superfaturados no Distrito Federal e de medicamentos em Cabo Frio (RJ), não sendo no estado Espírito Santo.

Somando R$ 1.429.214.047,65, 39 negociações ocasionaram abertura de processos jurídicos ou operações policiais com mandados de prisão, busca e apreensão. No Brasil, oito estados tiveram problema ao comprar respiradores, que na maioria das vezes tiveram preços mais caros do que os praticados antes da crise sanitária.

Em São Paulo, o governador João Doria (PSDB) procurou no mercado os respiradores essenciais aos pacientes graves do novo corona vírus e só foi encontrá-los na China. Foi feita uma encomenda de 3 mil por R$ 550 milhões, sem licitação, se beneficiando da vantagem da medida provisória aprovada pelo Congresso Nacional durante a pandemia.

Devido a lei da oferta e da procura, segundo a resposta do governo de São Paulo, o custo do aparelho chinês beira R$ 180 mil. Nos últimos meses, o preço médio tem ficado entre R$ 40 mil e R$ 90 mil, e o Ministério Público de São Paulo e o Tribunal de Contas local decidiram averiguar o negócio.

Em São Paulo, de acordo com denúncia do deputado estadual Carlos Gianazzi (Psol), há superfaturamento este ano nas compras de insumos médicos e aventais. Comparado ao ano passado, a Secretaria Saúde de São Paulo teria gastado R$ 63,64 milhões a mais nessas duas negociações.

Foi aberta uma investigação do Ministério Público de Contas para apurar a venda de aventais. A denúncia não é a mesma que deu origem à operação Nudus, da última quinta-feira (6), feita pela Polícia Federal, em São Paulo. A acusação é contra a prefeitura da capital paulista, que supostamente fechou com empresas sem experiência ou capacidade técnica para confecção das roupas hospitalares. Sem licitação, as duas contratações passaram dos R$ 11 milhões.

Do valor de 1,4 bilhão de todos os contratos com indícios de fraude, cerca de R$ 80 milhões (R$ 79.051.100) são considerados dinheiro público jogado fora por culpa da corrupção ou da má gestão.

Desde março, foram registrados 5.655 processos judiciais com alguma relação com a Covid-19, segundo dados do Gabinete Integrado de Acompanhamento da Epidemia da Covid-19 (Giac), da Procuradoria-Geral da República. De natureza criminal, deste todo, seriam 1778 processos. São Paulo lidera a estatística com 2.125 processos.

Os governadores Helder Barbalho, do Pará, Wilson Witzel, do Rio de Janeiro, e Carlos Moisés, de Santa Catarina, são os três citados diretamente nas supostas fraudes.


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