O distrito de Itaipava, que fica em Itapemirim, no Litoral Sul do Espírito Santo, ganhou fama nacional por sua frota pesqueira de embarcações artesanais, isto é, barcos feitos por artesãos que, por gerações, compartilham os segredos da carpintaria naval.
As embarcações são construídas à beira-mar, geralmente próximas do local onde serão lançadas ao mar, ou na beira-rio, como é o caso de municípios vizinhos. Por vezes, os artesãos/construtores ficam expostos ao sol e chuva, em condições insalubres de trabalho.
Durante a construção do Terminal Pesqueiro de Itaipava, a Secretaria Municipal de Aquicultura e Pesca idealizou um espaço adequado de trabalho para esses carpinteiros navais, facilitando o acesso à manutenção e à construção de embarcações para pescadores e armadores de pesca.
A obra do estaleiro naval de Itaipava, iniciada em 2019, já atende diversos construtores navais, que podem usufruir de boa parte das instalações, com espaço amplo e adequado para o trabalho, livres das intempéries climáticas.
“Não trabalhamos mais sob sol e chuva, há também maior comodidade para desenvolvermos nossas atividades”, afirma Luiz Manhães, o Luizinho, carpinteiro naval morador de Itaipava.
Arte preservada
Para o secretário de Aquicultura e Pesca, Anderson Ferreira Peçanha, a implantação do estaleiro é importante para dar continuidade a uma arte tão importante para a história do município.
“Nossas embarcações são referência em todo Brasil, você pode encontrar as embarcações da Frota de Itaipava de Norte a Sul do país, embarcações artesanais, construídas a mão que não devem em nada para as embarcações de nível industrial. É importante valorizar e incentivar que essa arte não se perca no tempo. O estaleiro é uma importante ferramenta de valorização desse trabalho”, disse Anderson Peçanha.