Oito frentes parlamentares formadas por deputados federais e senadores se uniram para posicionar o Brasil como protagonista em ações de promoção do desenvolvimento sustentável. Em meio aos preparativos para a realização da Conferência da Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-26), que ocorre de 31 de outubro a 12 de novembro na Escócia, representantes de setores como agropecuária, biocombustíveis e energias renováveis formaram a Biocoalizão Parlamentar e defenderam o papel estratégico do País nas discussões.
Em um manifesto divulgado na quarta-feira (27) pelos líderes das frentes parlamentares, foi destacada a necessidade do cumprimento de acordos internacionais para a diminuição da emissão de gases do efeito estufa. Também foi apontada a característica de baixa emissão de carbono da produção brasileira na agricultura, indústria e prestação de serviços.
Na cerimônia de lançamento da Biocoalizão Parlamentar, o deputado Pedro Lupion (DEM-PR), que é presidente da Frente Parlamentar do Biodiesel, salientou a intenção do novo grupo de priorizar o desenvolvimento sustentável.
“Nosso objetivo é unirmos esforços entre cada uma das frentes parlamentares aqui representadas, pensando justamente na COP-26 e nas boas práticas de produção, de desenvolvimento tecnológico e exemplos que o Brasil dá de baixa emissão de carbono, energia e combustíveis eficientes, além, obviamente, da economia verde”, declarou.
Entre os posicionamentos da Biocoalizão Parlamentar sobre a conferência do clima está a sugestão de que os brasileiros levem para a cúpula a proposta de criação de um instrumento internacional para calcular as emissões de gases e também os créditos de carbono mensurados a partir do estoque de biomassa e das características da exploração econômica de cada país.
Energias renováveis
Presidente da Frente Parlamentar de Energias Renováveis, o deputado Danilo Forte (PSDB-CE)disse que o Brasil serve de exemplo para o mundo no uso dessas fontes, que já respondem por mais de 84% da matriz energética do País. Ele ressaltou que elas contribuíram para o enfrentamento da crise econômica decorrente da pandemia e do baixo estoque de água nas hidrelétricas.
“Foi principalmente o vento do Nordeste que nos ajudou a suprir o possível colapso, o possível apagão, o possível racionamento que nós poderíamos ter diante da crise hídrica”, informou. “Não tenho dúvidas de que o Brasil poderá se tornar uma grande potência, inclusive industrial, manufatureira, a partir da energia barata.”
Biocombustíveis
O deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), que é da Frente Parlamentar do Setor Sucroenergético, anunciou como um dos eventos promovidos pela Biocoalizão um seminário que vai demonstrar, nas palavras dele, a “virtuosidade ambiental e econômica” dos biocombustíveis e das energias renováveis.
Ele apontou o papel do grupo na articulação com o Planalto e com a sociedade civil para reverter ações como a diminuição do percentual de biodiesel no óleo diesel e manter a quantidade de etanol na gasolina.
“Temos de ser um espaço de interlocução com o governo e a sociedade, para defender a ampliação dos biocombustíveis e das energias renováveis e mostrar como isso impacta positivamente na saúde pública, na economia, no meio ambiente e na qualidade de vida das pessoas”, sustentou.
Governo
O líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), agradeceu o apoio dos parlamentares à participação brasileira na COP-26 e afirmou que essa articulação demonstra que o País está disposto a produzir legislação que desenvolva a economia com sustentabilidade.