10/01/2020 às 21h55min - Atualizada em 10/01/2020 às 21h55min
Operação Rubi: Delator tentou esconder dinheiro em máquina de lavar; Advogados desmentem delação
Da Redação
Após o processo deixar de tramitar em segredo de justiça, novos capítulos começam a surgir na operação Rubi segundo o delator e proprietário da empresa Limpeza Urbana envolvida no suposto esquema de vantagens indevidas, Marcelo Marcondes Soares, que tinha contratos com a prefeitura de Presidente Kennedy.
O que você vai ler aqui são as alegações do empresário.
Vereadores
Em delação, ele conta que a empresa Limpeza Urbana, da qual ele (Marcelo) e o irmão, José Marcondes Soares, pagavam propina no valor de 10% ao ex-secretário de desenvolvimento, liberado pela justiça nessa semana, José Augusto de Paiva. Conta ainda que ouviu diversas vezes do ex-secretário que o valor era repassado a vereadores do município para que a chefia do Poder Executivo mantivesse o controle da Câmara de vereadores da cidade e que diversas vagas de emprego na empresa foram preenchidas com indicações dos vereadores. Em continuação, ele disse que outros ex-secretários faziam intermediação no esquema e que receberam vantagens indevidas.
Máquina de lavar roupa
Imagens de câmera de segurança mostram que onze segundos depois da entrada do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) na residência da prefeita Amanda Quinta, o delator saiu em direção a um imóvel vizinho para esconder em uma máquina de lavar, uma mochila que estava com uma quantia de dinheiro.
No dia 08 de maio de 2019, quando a Rubi foi deflagrada, as câmeras mostram a chegada das pessoas que participariam de uma reunião, o início do cumprimento do mandado de busca e apreensão e o momento em que Marcelo Macondes Soares entra em uma casa vizinha. Ele mesmo contou, em depoimento, que o objetivo era esconder parte do dinheiro em uma máquina de lavar.
Delator
Marcelo Marcondes Soares decidiu delatar o suposto esquema enquanto estava preso. Os promotores de Justiça que atuam no Gaeco o ouviram das 10h às 15h30 do dia 31 de maio de 2019, como registra o termo de colaboração, 23 dias após a deflagração da Operação Rubi.
O caso não está mais sob sigilo e tramita na 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES), sob relatoria do desembargador Fernando Zardini.
Fora da Prisão
Amanda e José Augusto, assim como o próprio delator, não estão mais presos. Eles foram denunciados pelo Ministério Público Estadual e ainda não houve o julgamento do caso.
Advogados desmentem
Advogados das partes acusadas desmentem o caso e dizem que seus clientes são inocentes.
O advogado Altamiro Thadeu Frontino Sobreiro diz que não teve acesso à delação premiada do empresário e que, por isso, não pode fazer comentários a respeito, um outro diz que seu cliente é inocente e apesar de já haver requerido expressamente o acesso à delação de Marcelo, até o presente momento a defesa não obteve acesso ao material. Mesmo assim, enfatiza que a colaboração premiada não prova nada e que caberá ao colaborador comprovar aquilo que disse. Reitera, por fim, a inocência de seu cliente, que ficará provada ao final do processo.