Atletas e dirigentes destacaram nesta terça-feira (14) o crescimento dos investimentos em esportes de gelo e neve no Brasil. O tema foi abordado em audiência pública da Comissão do Esporte da Câmara dos Deputados, que debateu os preparativos da equipe nacional para os Jogos Olímpicos de Inverno de 2022, a serem realizados em Pequim, na China, de 4 a 20 de fevereiro.
O presidente da Confederação Brasileira de Desporto na Neve (CBDN), Karl Anders, informou que quatro atletas brasileiros (três no esqui cross country e um no esqui alpino) já estão classificados para a competição e outros tantos ainda disputam vagas. Até o momento, a maior delegação brasileira ocorreu nos Jogos de Sochi, na Rússia, em 2014, com 13 competidores.
Karl Anders ressaltou os investimentos que vêm sendo realizados pelas confederações nos últimos três ciclos olímpicos na formação de esportistas de alto rendimento.
“Muitos dos nossos atletas agora têm por volta de 20 anos de idade. A diferença de desempenho para os melhores do mundo, para os países top, está diminuindo. Claro que ainda há uma distância muito grande para os medalhistas, mas isso tem caído ano a ano”, disse.
O deputado Luiz Lima (PSL-RJ), presidente da comissão e idealizador da reunião, ressaltou que, a cada edição, os Jogos de Inverno ganham mais visibilidade entre os brasileiros, inclusive com transmissão ao vivo na TV aberta, e número maior de participantes.
Centro de treinamento
O presidente da Confederação Brasileira de Desportos no Gelo (CBDG), Matheus Figueiredo, citou a criação há oito anos do Arena Ice, centro de treinamento de esportes de gelo em São Paulo, como uma entre as ações de fortalecimento dos esportes olímpicos de inverno que vêm sendo realizadas no País.
“Nos últimos dois ciclos, a gente vem nesse novo cenário de gestão esportiva no Brasil, com mais profissionalismo, governança, planejamento estratégico. E todo o nosso plano esportivo baseia-se na conversão de oportunidades para os atletas”, comentou.
O secretário nacional de esportes de alto rendimento, Bruno Souza, lembrou que uma das funções do Estado é fortalecer as modalidades, apoiando possibilidades de crescimento com parcerias internacionais, que permitem o treinamento dos atletas em centros de excelência por todo o mundo.
Ele salientou também o pagamento de bolsas que permitem a dedicação integral dos atletas a suas modalidades. “Hoje o governo federal patrocina 16 atletas das modalidades desportivas de gelo e 33 nas de neve”, afirmou.
Otimismo
A presidente da Comissão de Atletas da CBDN, Jaqueline Mourão, ressaltou a importância do apoio das confederações para que os esportistas tenham acesso a treinamentos de excelência. Ela está otimista com a participação brasileira em Pequim.
“Acredito que essa delegação vai ser a mais forte da nossa história. Temos atletas muito fortes, competitivos. Fiquei muito feliz com nosso resultado no campeonato mundial, quando conseguimos pela primeira vez duas atletas na categoria feminina no cross country”, declarou.
Atleta de skeleton, um esporte de descida em pista de gelo sobre trenó, Nicole Silveira ficou em oitavo lugar no evento teste em Pequim, e afirmou que a presença do Brasil nos Jogos de Inverno faz com que esses esportes, que não fazem parte da tradição brasileira, ganhem visibilidade, o que acaba atraindo novos talentos para as modalidades.