Muitos parlamentares aproveitaram a fase de discursos do Plenário desta quarta-feira (9) para repudiar manifestações consideradas nazistas em meios de comunicação. Nos últimos dias, o apresentador do Flow Podcast, Monark, foi acusado de apologia ao nazismo ao defender a criação de um partido nazista no Brasil; e o comentarista Adrilles Jorge foi desligado da Jovem Pan após gesto associado ao nazismo.
A Procuradoria-Geral da República abriu procedimento para apurar se houve apologia ao nazismo por parte de Monark e do deputado Kim Kataguiri (DEM-SP), que também participou do podcast. Nas redes sociais, Kataguiri divulgou um vídeo em que diz que a sua fala está sendo distorcida. Segundo ele, a discussão do podcast era sobre a melhor maneira de condenar o nazismo.
“O que eu disse é que a melhor maneira de rechaçar, de repudiar essa ideologia nefasta é justamente criando a rejeição social, fazendo essa ideia ser inadmissível por meio do debate. Não teve defesa do nazismo”, declarou.
O parlamentar disse ainda pelas redes sociais que vai colaborar com as investigações porque o seu discurso foi “absolutamente antinazista”.
A deputada Tabata Amaral (PSB-SP), que também foi convidada do podcast, afirmou por meio de suas redes sociais que "a nossa liberdade termina quando começa a do outro. Ponto final. O nazismo e outras ideologias que ameaçam a existência e integridade de pessoas ou grupos, sejam judeus, PCD, negros ou LGBTQIA+, são intoleráveis e devem ser banidas. Isso sempre foi e será inegociável para mim".
A deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) afirmou que os parlamentares precisam deixar claro, de maneira definitiva, que há uma lei no Brasil que proíbe apologia à superioridade racial, à superioridade étnica. “Infelizmente, nós hoje tivemos um jovem comentarista, o Adrilles, demitido da Jovem Pan após, ao fim de uma vocalização nazista, realizar um gesto fascista ao fim da sua entrevista. Ontem, com a anuência, o silêncio de um deputado, nós verificamos o alongamento de uma fala nazista, literalmente nazista, na defesa de um partido nazista no Brasil”, condenou.
O deputado Otoni de Paula (PSC-RJ) também afirmou que os comentários devem ser rechaçados pela sociedade. “Para que um partido nazista no Brasil? Para quê? Para pregar a morte de judeus? Para pregar a supremacia racial? O nazismo é crime. E não dá para esquecer o mal que o nazifascismo fez contra a humanidade”, afirmou.
Para o deputado Airton Faleiro (PT-PA), é necessário destacar a reação contrária que emergiu imediatamente após a divulgação do podcast e do programa de televisão. “Eu acho que houve uma reação bastante importante em desautorizar essas iniciativas, digamos assim, que confrontam a legalidade no nosso País. Tudo isso é importante”, disse.