O deputado Kim Kataguiri (DEM-SP) se pronunciou pela primeira vez no Plenário da Câmara dos Deputados sobre sua participação no podcast em que o influenciador Monark defendeu a criação de um partido nazista no Brasil. As declarações levaram a Procuradoria-Geral da República a abrir investigação para determinar se os dois cometeram apologia ao nazismo. “Diante da minha falha, quero reafirmar que sou visceralmente contra o nazismo. Sou também defensor da causa judaica e do Estado de Israel”, disse.
O parlamentar afirmou que errou na sua participação no podcast e deveria ter rebatido imediatamente os comentários de Monark sobre a criação de um partido nazista. Monark foi desligado do podcast após as declarações e afirmou que estava bêbado na ocasião.
“Eu deveria ter imediatamente repudiado a possibilidade da legalização de tal partido, como deputado liberal e apoiador do Estado de Israel e da comunidade judaica. Os meus eleitores esperavam, com toda razão, que eu reagisse frontalmente a qualquer fala desta natureza, não foi o que eu fiz, lamentavelmente”, disse Kim Kataguiri.
O parlamentar também se desculpou por ter criticado a lei alemã que proíbe a circulação de ideologia nazista durante diálogo com a deputada Tabata Amaral (PSB-SP). Ele afirmou que sua intenção era defender o acesso à literatura que trata sobre o assunto como forma de expor os "horrores" do nazismo.
“Além de não repudiar imediatamente a fala do Monark, ainda respondi de maneira atabalhoada uma pergunta da deputada Tabata, dando a impressão de que era favorável à disseminação do livre ideário nazista e contrário à lei alemã que criminalizou qualquer forma de expressão nazista”, afirmou.
Kataguiri encerrou seu discurso agradecendo à comunidade judaica por ter dialogado com ele, “em vez de embarcar no linchamento virtual”. “A comunidade judaica foi extremamente generosa comigo, me chamou para o diálogo e fez com que eu percebesse o erro cometido e a necessidade de vir a público pedir desculpas”, disse.