O Congresso Nacional ganha iluminação roxa, na noite desta quinta-feira (17), para chamar a atenção para o Dia Nacional da Criança Traqueostomizada. A data da celebração é 18 de fevereiro, criada no ano passado pela Lei 14.249/21, com o objetivo de conscientizar profissionais da saúde, pais e responsáveis sobre os cuidados e atendimento a essas crianças.
O dia coincide com a realização do 1º Consenso Brasileiro de Traqueostomia na Infância, em 2017, pela Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial, em parceria com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). O documento resultou em recomendações nacionais sobre cuidados e condutas diante das crianças traqueostomizadas. A intenção é que sirva como base para padronizar o tratamento desse grupo.
A traqueostomia é um procedimento cirúrgico para colocar uma cânula na traqueia, a fim de estabelecer uma comunicação direta entre a traqueia e o meio externo. Na criança, a situação é de extrema vulnerabilidade, decorrente de risco iminente de obstrução das vias aéreas superiores, podendo levar ao óbito.
Estima-se que entre 0,5% e 2% das crianças submetidas à intubação orotraqueal prolongada necessitam de traqueostomia, a maioria delas menores de 1 ano de idade. Geralmente, o procedimento é feito em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Muitas vezes, a criança recebe alta com a traqueostomia sem ter um destino estabelecido para seu acompanhamento.
De acordo com a SBP, o Sistema Único de Saúde (SUS) não consegue fornecer material necessário para os cuidados com esses pacientes, como cânulas de traqueostomia. Além disso, não há treinamento das equipes médicas e não médicas que prestam atendimento aos pacientes.