Parlamentares do PT e deputados da bancada evangélica anunciaram voto contra o projeto que legaliza os bingos e cassinos no Brasil (PL 442/91). A proposta está na pauta do Plenário da Câmara desta semana.
O deputado Carlos Zarattini (PT-SP) reconheceu que há argumentos favoráveis, mas afirmou nesta quarta-feira (23) que o PT não vai apoiar a proposta. “Evidentemente, os argumentos favoráveis – aumento da arrecadação e a legalização de uma prática já existente – são válidos. Porém, o que nos leva a votar contrariamente é exatamente a possibilidade de que muitas e muitas pessoas que hoje não acessam os jogos de azar acabem se aproximando dessa prática e se viciando”, disse.
O deputado Eli Borges (Solidariedade-TO) afirmou que o vício em jogos e o impacto nas famílias também levaram a bancada evangélica a ser contra o texto. Ele afirmou ainda que os países em que o jogo é legalizado têm altos índices de violência. “A maioria dos que jogam são velhos e aposentados que comprometem seus salários e arrumam problemas familiares”, disse.
Defesa do projeto
A proposta foi defendida pelo deputado Herculano Passos (MDB-SP), para quem a legalização dos jogos vai injetar recursos na área do turismo e alavancar a arrecadação do País.
“Um cassino em resort integrado, como está no texto, vai proporcionar as convenções mundiais que trarão turistas estrangeiros. Logicamente, as pessoas vêm para as grandes convenções. Nesses cassinos, com certeza, estarão o comércio, o shopping center, os eventos musicais, os eventos esportivos. Isso vai atrair uma cadeia de turismo enorme gerando desenvolvimento”, declarou.
Já o deputado Augusto Coutinho (Solidariedade-PE) afirmou que a proibição dos jogos em 1946 foi um erro. “Hoje, esta Casa tem a oportunidade de rever um grave erro cometido contra a geração de empregos, que foi a proibição dos jogos no Brasil”, disse.
A proposta que aguarda votação na Câmara pretende legalizar cassinos, bingos, vídeo-bingos, jogos on-line, jogo do bicho e turfe por meio de concessões. A urgência do texto foi aprovada no final do ano passado.
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