A Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados premiou nesta quarta-feira (27) os vencedores da 8ª edição do concurso de vídeos sobre a Lei Maria da Penha. O certame tem o apoio do Banco Mundial e do Facebook.
A iniciativa reuniu alunos do ensino médio, de escolas públicas e privadas, que produziram vídeos sobre o tema: “15 anos da Lei Maria da Penha: como a educação pode ajudar a prevenir violências contra as mulheres?”. Ao final, foram escolhidos cinco ganhadores, um para cada região do País.
Confira os vencedores:
Região Norte
- Ágata Janaína de Queiroz Lobato (AM)
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Região Nordeste
- Andressa Rodrigues Maciel Pereira (MA)
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Região Centro-Oeste
- Fernanda Freitas Santos (GO)
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Região Sul
- Guilherme Neves de Carvalho (PR)
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Região Sudeste
- Giovana Zanôni Benatti (SP)
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Em premiação oferecida pelo Banco Mundial e pelo Facebook, cada um dos vencedores receberá um troféu, um diploma de menção honrosa e um kit de equipamentos de produção de conteúdo.
Rede de proteção
No evento de hoje, a procuradora da Mulher na Câmara, deputada Tereza Nelma (PSD-AL), lembrou a necessidade de uma rede de proteção a mulheres nas escolas e informou que uma em cada cinco meninas com idade entre 13 a 17 anos relatam ter sofrido abuso sexual, citando dados da Pesquisa Nacional de Saúde Escolar de 2019.
Tereza observou que um dos vídeos escolhidos no concurso, que trata da violência psicológica, já produziu efeitos entre pais e professores em São Paulo. “Algumas mães foram até a escola e disseram que, depois do vídeo, elas reconheceram as relações, muitas vezes violentas, em que estavam inseridas”, disse.
Mudança de comportamento
A deputada Professora Marcivania (PCdoB-AP) também reforçou que as mudanças de comportamento podem ocorrer no contexto escolar e ressaltou que a violência contra as mulheres permeia as relações familiares.
“Muitas vezes, não se ensina em casa que 'não é não', não se ensina que aceitar um não, quando ele vem de outra pessoa, é respeito. A gente educa muitas vezes os meninos só para receberem sim”, afirmou.
Para a representante da ONU Mulheres Brasil, Ana Carolina Querino, ações como o concurso de vídeos suscitam o questionamento sobre o que a geração atual pode fazer para que as futuras vivam em um mundo livre de violações de direitos e de violência contra a mulher.
“Esse movimento gera diálogo, um tipo de engajamento que vai promover mudanças nas atitudes dos jovens”, declarou Ana Carolina, ao elogiar vídeo de autoria de alunos do Amazonas que tratava da educação como forma de combater a violência doméstica.
Ela destacou ainda que 736 milhões de mulheres já sofreram violência sexual alguma vez na vida, segundo levantamento da ONU.