A Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 1402/22, do deputado Sanderson (PL-RS), que inscreve o nome do Imperial Marinheiro Marcílio Dias no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. O livro com páginas de aço relaciona os heróis oficialmente reconhecidos do Brasil e fica no Panteão da Pátria Tancredo Neves, localizado na Praça dos Três Poderes, em Brasília. A proposta ainda deve ser analisada pelo Senado.
Marcílio Dias pode ser o primeiro militar negro a ser reconhecido como herói da Pátria. A relatora do projeto, deputada Dra. Soraya Manato (PTB-ES), observou que as homenagens geralmente são dedicadas a oficiais de alta patente. "Ele era um simples praça, um marinheiro", destacou. "A história não se faz apenas pela ação dos seus governantes, políticos, magistrados, mas também pela atuação de cada um que, sem afã de glória imediata, cumpre o seu dever com devoção ao País."
O marinheiro se destacou por sua bravura na Batalha Naval de Riachuelo, travada em 11 de junho de 1865 e considerada um dos mais importantes confrontos da Guerra do Paraguai, com resultado decisivo para a vitória do Brasil. A bordo da canhoneira Parnaíba, Marcílio Dias lutou corpo a corpo contra quatro paraguaios que tentavam tomar a bandeira do Brasil. Tendo o braço decepado, morreu aos 27 anos e foi sepultado com honras militares nas próprias águas do rio Paraná.
Presidindo a sessão, a deputada Bia Kicis (PL-DF) parabenizou a Marinha do Brasil. "Nunca é demais fazermos o reconhecimento de nossos heróis", comentou. "Em um tempo em que nossa bandeira pode ser até pisoteada, saber que um marinheiro deu a vida para protegê-la nos enche de emoção e sentimento de dever cumprido."
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