Após discussões sobre a eficácia ou não do sistema, os túneis de desinfecção, instalados nos terminais do Transcol, na Serra, serão retirados do local. A medida atende a uma solicitação da Companhia Estadual de Transportes Coletivos de Passageiros do Espírito Santo (Ceturb-ES). Os equipamentos foram instalados há cerca de uma semana.
As autoridades sanitárias contestaram a eficiência do processo e alertaram para o risco de crises alérgicas que podem ser provocadas pelo material utilizado no túnel. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu uma nota técnica esclarecendo que a aprovação dos produtos utilizados é valida somente para a aplicação em em objetos e superfícies, e não para aplicação direta nas pessoas.
O Conselho Regional de Química do Espírito Santo também afirma que não existe evidência de que o procedimento funciona. E os infectologistas, além de contestarem a eficácia do processo, alertam para o risco de exposição da pele a substâncias químicas.
O custo mensal com os equipamentos é de R$ 120 mil. O secretário de Saúde de Serra, Alexandre Viana, garante que o produto utilizado não causa nenhum mal à saúde, e que a eficiência é atestada por órgãos internacionais e certificados no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). "O produto é testado em laboratórios internacionais aceitos pela Anvisa, que garantem que estes produtos não fazem mal a saúde, não provocam alergias e têm eficácia comprovada", explica.
Ao todo, são sete túneis, sendo que seis estão instalados em terminais de ônibus e em unidades de pronto atendimento. Quando a pessoa passa pelo túnel, ele solta jatos com uma mistura de água e dióxido de cloro. A passagem dura de 20 a 30 segundos. A ideia é desinfetar as roupas e o corpo, evitando assim o risco de transmissão do novo coronavírus.
Agora, a Prefeitura da Serra informou que, por determinação da Ceturb, vai retirar os túneis de desinfecção dos terminais, já que os espaços são de propriedade e responsabilidade do governo do Estado. A prefeitura ainda reiterou que o produto não faz mal à saúde, por isso vai manter em funcionamento nas três Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) do município.
A prefeitura informou ainda que o parecer técnico da Secretaria Estadual de Saúde não cita o dióxido de cloro (CLO2), estabilizado em solução aquosa a 7%, entre as substâncias que prejudicam a saúde e que o produto passou por testes e possui laudos dos laboratório Bioagri Company e Labor Enders.
A Ceturb-ES informou que está em constante contato com a Vigilância Sanitária Estadual e segue os protocolos estabelecidos pelo órgão. Por isso, vai solicitar à Prefeitura da Serra a retirada dos equipamentos dos terminais, mesmo entendendo que as prefeituras também têm seus protocolos sanitários.